Em 2020, a pandemia da COVID-19 destacou a centralidade dos alimentos e da produção ligada à agricultura familiar, camponesa e indígena. O acesso a alimentos saudáveis e a estrutura organizacional em torno do suprimento de alimentos são preocupações antigas, mas nos últimos anos ganharam nova força na arena pública. Neste artigo, Tamara Perelmuter aborda o debate sobre a soberania alimentar e o relaciona à disputa sobre a soberania das sementes na Argentina, um elo fundamental na cadeia agroalimentar.
Esta publicação é a segunda parte de um artigo no qual os autores refletem sobre as relações entre vida microbiana, cultura, desenvolvimento do conhecimento, alimentos e agricultura. Você pode encontrar a primeira parte do artigo aqui. Dando continuidade às ideias apresentadas, os autores apresentam experiências concretas na elaboração e no uso de bioinsumos em diferentes escalas e tipos de produção, com foco especial na produção local de biofermentos para a regeneração do solo. Por fim, eles tiram algumas conclusões sobre como o manejo de microrganismos nas mãos dos camponeses, no âmbito de processos coletivos, é fundamental para alcançar a soberania e a autonomia alimentar.
A história da agroecologia está entrelaçada com o desenvolvimento da agricultura e a domesticação de plantas e animais. De acordo com Alteri (1995) [1], a agroecologia é praticada globalmente usando o conhecimento tribal indígena próximo à natureza. Há muito tempo, alguns associam a agroecologia às práticas agrícolas convencionais, mas essas posições são imperfeitas. Na minha opinião, ela se baseia na sabedoria tribal indígena e integra todo o conhecimento que foi coletado desde o início da agricultura, há quase 10.000 anos.
Com a colaboração da Associação Internacional de Cooperação dos Povos - Baobá, a Universidade Agrícola da China (CAU) desenvolve parcerias com a Universidade de Brasília e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas áreas de bioinsumos e máquinas agrícolas para a agricultura familiar. Em 2015, a China lançou um plano para reduzir o uso de fertilizantes químicos (até 2022, o uso caiu 15%, chegando a 50 milhões de toneladas).
Theodora Pius, integrante da MVIWATA e da Marcha Mundial das Mulheres na Tanzânia discute as lutas camponesas no país. A Rede Nacional de Grupos de Pequenas Agricultoras e Agricultores da Tanzânia [Mtandao wa Vikundi vya Wakulima Tanzania – MVIWATA] integra a Via Campesina e a Marcha Mundial das Mulheres no país. Desde 1993, a organização camponesa atua na questão de direitos de camponesas/es e pequenas/os agricultoras/es da Tanzânia. Conversamos com Theodora Pius, presidenta da MVIWATA e militante da Marcha Mundial das Mulheres, sobre a ação de empresas transnacionais e agendas políticas capitalistas no continente africano e em seu país.
O desenvolvimento da agricultura está diretamente relacionado com a urbanização e a vida nas cidades. Durante o século XX, as experiências de Agricultura Urbana ganharam destaque em diferentes contextos históricos e geográficos, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. De que tratam estas experiências e como estão ligadas à soberania alimentar?
Em setembro de 2023, um memorando de entendimento estabelecendo uma cooperação para um centro Brasil-China de pesquisa, desenvolvimento e produção de tecnologia em mecanização da agricultura familiar foi assinado pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Universidade Agrícola da China (CAU).
A Escola Nacional de Agroecologia (ENA) é uma ferramenta pedagógica construída pela Federação Rural de Produção e Enraizamento (Argentina), cujo objetivo centra-se na “Formação de Formadores” em agroecologia, ou seja, produtores que possam ensinar e ampliar a agroecologia em seus territórios.
Carlos Carballo é engenheiro agrônomo formado pela Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires (FAUBA), professor e pesquisador. Como membro da Comissão de Direitos Humanos da FAUBA desde o início dos anos 2000, ele promoveu, junto com outros, a criação de uma Cátedra Livre de Soberania Alimentar dentro dessa unidade acadêmica.